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Sam Bankman-Fried condenado, leilão de transmissão de energia e o que mais importa no mercado

Por Folha de São Paulo

29/03/2024 8h30 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sam Bankman-Fried é condenado a 25 anos de prisão por desviar dinheiro de clientes da segunda maior corretora de criptomoedas do mundo. Primeiro leilão de transmissão de energia do ano é marcado por forte concorrência e deságio médio de 40%.

25 anos de prisão para SBF

Sam Bankman-Fried, que até novembro de 2022 era o fundador e CEO da segunda maior corretora cripto do mundo, foi condenado nesta quinta a 25 anos de prisão.

A sentença foi proferida ontem após ele ter sido condenado em novembro por um júri popular por sete crimes, que incluem fraude, conspiração e lavagem de dinheiro.

Antes da leitura da sentença, SBF, como ficou conhecido no universo cripto, expressou remorso.

“Eu tomei uma série de decisões ruins”.

"Eu era responsável pela FTX, e seu colapso é culpa minha".

Defesa: o jovem de 32 anos sustentou que a FTX ainda tinha "ativos suficientes para pagar todos os clientes integralmente pelos preços atuais".

↳ Esse foi o argumento usado pelos advogados para tenra reduzir sua pena, enquanto os promotores pediram uma sentença de até 50 anos, alegando que Bankman-Fried provavelmente voltaria a cometer crimes se tivesse uma pena menor.

O juiz discordou. "A afirmação do réu de que os clientes e credores da FTX serão pagos integralmente é enganosa, logicamente falha e especulativa", disse.

Relembre: SBF foi condenado por desviar bilhões de dólares de clientes da FTX para cobrir perdas de sua outra empresa, a gestora Alameda Research, que fazia apostas de alto risco no mercado cripto.

Ela quebrou quando as cotações das moedas digitais despencaram em meio ao processo de alta de juros nos EUA.

Após as primeiras suspeitas de desvios virem à tona, a FTX sofreu com uma crise de liquidez diante dos saques em massa de clientes.

A corretora, que chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões, foi à falência semanas depois.

Concorrência e deságio marcam 1º leilão do ano

O primeiro leilão de transmissão promovido pelo governo neste ano foi marcado por forte concorrência e deságios.

No certame desta quinta, três empresas assumiram R$ 15 bilhões em investimentos, 83% do total previsto (R$ 18,2 bilhões), e 10 dos 15 lotes oferecidos.

O banco BTG, representado pelo Fundo de Investimento Warehouse, arrematou três projetos que somam R$ 6,5 bilhões;

A Eletrobras, por meio da subsidiária Eletronorte, levou quatro empreendimentos, totalizando R$ 5,5 bilhões;

A empresa portuguesa EDP vai investir R$ 3 bilhões no Brasil por meio de três empreendimentos.

Entenda: deságio significa, na prática, o tamanho do desconto para o consumidor final. Os ganhadores dos lotes foram aqueles que ofereceram o maior deságio sobre a RAP (Receita Anual Permitida).

Em números:

40,78% foi o deságio médio. Os R$ 2,98 bilhões por ano de RAP caíram para R$ 1,77 bilhão com os descontos. Isso significa uma economia de R$ 30 bilhões durante os 30 anos das concessões.

6.464 km de novas linhas de transmissão e subestações foram ofertados, com capacidade de transformação de 9.200 MVA em 14 estados.

↳ Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Para ler

“Rápido e devagar: Duas formas de pensar” (Daniel Kahneman , trad. Cássio de Arantes Leite, Objetiva, 608 págs., R$ 66, R$29,90ebook).

“Ruído: Uma falha no julgamento humano” (Daniel Kahneman, Olivier Sibony, Cass R. Sunstein, trad. Cássio de Arantes Leite, Objetiva, 432 págs., R$ 65,86, R$ 39,90ebook)

Os dois principais livros de Daniel Kahneman, que morreu na quarta (27) aos 90 anos, resumem boa parte do trabalho do Prêmio Nobel em Ciências Econômicas de 2002.

O psicólogo é tratado como o “pai” da economia comportamental –apesar de se reconhecer como “avô”, como disse em 2016 em uma entrevista que ele deu para seu obituário (sim, isso existe) no New York Times.

↳ Kahneman afirmou que o “pai” é o economista da Universidade de Chicago, Richard H. Thaler, um estudioso mais jovem a quem descreveu em sua autobiografia do Nobel como seu segundo amigo profissional mais importante, depois de Amos Tversky.

Tversky, que morreu em 1996, foi quem conduziu com o autor parte dos experimentos e das discussões que aparecem no seu primeiro livro publicado, o de mais sucesso.

A base da obra baseia-se no que Kahneman chama de “sistema 1” e “sistema 2”. O primeiro é o rápido, que toma decisões de forma intuitiva, automática e repetitiva. O segundo é o devagar, cujas decisões são mais analíticas.

Entenda: ao contrário da economia tradicional, que assume que os seres humanos geralmente agem de maneira totalmente racional, a escola comportamental se baseia em expor vieses mentais que podem distorcer o julgamento, muitas vezes com resultados contraintuitivos.

No livro “Ruído”, produzido com mais dois autores, eles mostram como o inconsciente pode cobrar um alto custo em tomadas de decisão importantes. Isso impacta profundamente a vida das pessoas, como por exemplo em decisões sobre questões médicas e jurídicas.


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